Passos dados com a ponta dos dedos. Olhos fixos em alvos voláteis. Expectativas de um caçador, que volta da caçada sempre frustrada. É assim como passamos os dias desde que o uso do celular nos passou a ser indispensável. Em outras palavras, nos tornamos frágeis insetos já abocanhados pela devoradora realidade!
Desde então, as nossas horas e os nossos dias se tornaram mais enfadonhos a despeito de nossas risadas ao assistirmos vídeos artificialmente engraçados, mas que nos pegam cada vez mais sonolentos, o que compromete seriamente a nossa capacidade de cognição Regredimos ás circunstâncias do aprendizado de quando pela primeira vez víamos o fogo – quantas mãos perdemos até se concluir que o fogo queima?
Mas aqui, tem uma diferença, a saber, ao mesmo tempo em que movimentamos os dedos repetidamente ao manusear o celular ‘fritamos o cérebro’.
Imagine agora diante do ChatGPT – uma assustadora ferramenta baseada na inteligência artificial que pode tornar os mais preguiçosos dos cérebros humanos em hábeis poetas – um Carlos Dumont digital! Isso é só um exemplo. Uma mente artificial poderá nos dizer o que fazer? Como fazer
Na sexta-feira passada, um aluno me cochichou ao ouvido dizendo que soube como ficar rico! E perguntou-me do que eu achava. Será? Como assim? No sábado, à noite, um amigo poeta disse-me que ficou “assustado com a produção poética da máquina”. Meu Deus?
Enfim, o uso do ChatGPT em suas variadas utilizações, vem dominando as discussões tanto no meio acadêmico, quanto pelos usuários de internet com calorosos debates acerca dos seus efeitos para os humanos. Há quem fale no devastador mal às democracias; outros se assustam com a possibilidade de rupturas com a dita realidade, o mundo de todos nós! O que dizem os pais? Os educadores? Os filósofos? Os jovens?
A verdade é que estamos na fase experimental de tal ferramenta
Ou seja, a coisa ainda está engatinhando, um bebê nos fazendo gracinhas! ... até lá sejam por que passos forem, os humanos... Se humanos ainda formos, poderemos estar de pé ou de cócoras; engolidos ou engolindo.
Amém?
Professor Givaldo Quizeiro (Professor, Poeta, e Psicanalista)
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